Produção de castanha no Norte do Pará bate recorde

Coletores da Coopaflora entregam castanhas na sede da cooperativa em Oriximiná, Pará. Foto: Divulgação

A coleta de castanha-do-brasil (antiga castanha-do-pará) bateu recorde no norte paraense. A Cooperativa Mista dos Povos e Comunidades Tradicionais da Calha Norte (Coopaflora) afirma ter vendido 98,5 toneladas de castanhas da safra de fevereiro a junho. As vendas totalizaram R$ 645,7 mil, aumento de 191% em relação à safra anterior, quando o total comercializado foi de R$ 221,7 mil. 

A cooperativa reúne extrativistas de comunidades indígenas, quilombolas e ribeirinhas. A coleta da castanha é uma prática ancestral entre quilombolas e indígenas dos municípios de Oriximiná e Nhamundá, situadas, respectivamente, no Pará e no Amazonas, salienta o Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), que apoia a produção. É uma atividade econômica não-madeireira, que gera renda e ao mesmo tempo estimula a conservação da floresta.

“É uma cultura muito forte que vem passando de geração a geração entre nós”, explica Daiana Figueiredo, mulher quilombola e presidente da Coopaflora. “Sempre que chega o mês de janeiro, todo mundo já vai para o castanhal e sai de lá planejando comprar algum bem de necessidade para sua família porque é uma renda a mais para nós, principalmente quando a safra é boa.”

 Na safra de 2022, além dos números de produção e venda, a quantidade de participantes também aumentou, relata a cooperativa. Enquanto em 2021 cerca de 40 famílias atuaram diretamente na comercialização da castanha, neste ano a participação mais que dobrou, alcançando cerca de 100 famílias beneficiadas. 

Isso foi conseguido graças à articulação da cadeia de produção, promovida pela Coopaflora com o apoio do programa Floresta de Valor, realizado pelo Imaflora e patrocinado pela Petrobras. “Temos um cenário de maior credibilidade da cooperativa junto aos territórios, preços competitivos, fortalecimento da operação da cadeia nas Terras Indígenas, tudo isso associado a essa ação conjunta”, diz Léo Ferreira, coordenador de projetos do instituto.

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