Reflorestamento pode gerar 2,5 milhões de empregos

Plantio de muda na Mata Atlântica na região de Socorro (SP). Foto: Adriano Gambarini

Os compromissos de reflorestamento firmados pelo Brasil até 2030 podem gerar de 1 milhão a 2,5 milhões de empregos. O cálculo é resultado de um estudo patrocinado pela Sociedade Brasileira de Restauração Ecológica (Sobre).

A meta do Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa (Planaveg), instituído por decreto em janeiro de 2017, abrange 12 milhões de hectares. De acordo com os autores do estudo, intitulado Potencial da Restauração de Ecossistemas para a Criação de Empregos no Brasil, o número de vagas abertas depende da porcentagem da área restaurada por plantio de sementes e mudas. Se ela for 20%, criaria 1 milhão de empregos; para 50%, 2,5 milhões.

Os estudiosos advertem que 61% dos postos de trabalho identificados no levantamento estão atualmente na Região Sudeste, sendo 44% na Mata Atlântica. Essa concentração se deve mais ao poder econômico dos estados da região do que ao seu passivo ambiental. “Esta distribuição desigual mostra que mais investimentos são necessários na agenda de restauração nos biomas com menor PIB”, recomendam.

Dos empregos gerados, 57% são temporários e 43%, permanentes. Os temporários predominam porque normalmente o trabalho de reflorestamento é feito no período chuvoso. Mas mais empregos permanentes podem ser gerados se os projetos de reflorestamento ganharem maior escala em todas as regiões do Brasil, criando uma demanda ao longo de todo o ano, analisam os especialistas.

“A restauração de ecossistemas pode vir a ser uma alternativa poderosa para gerar empregos em áreas rurais, contribuindo para o desenvolvimento econômico, a inclusão de comunidades vulneráveis e o alívio de problemas sociais causados pelo êxodo rural, além de promover benefícios ambientais para a sociedade e para o planeta”, resume o estudo.

As cooperativas, redes de sementes, ONGs que atuam em nível regional e estadual e pequenas empresas oferecem quase metade dos empregos do setor. Essas organizações requerem financiamento e incentivos, recomendam os especialistas.

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