Dia de conscientização sobre mudanças climáticas reúne iniciativas sobre a importância de ações sustentáveis

Mulheres plantam mudas em ação do projeto “O Meio Ambiente Ganha em Dobro”, da empresa alemã Jungheinrich na Mata Atlântica – Foto: Divulgação

Por Marcello Queiroz

Temperaturas extremas, inundações em níveis nunca antes vistos, incêndios de grandes proporções, aumento do nível do mar e derretimento do gelo polar. O que já foi considerado fatos isolados vem se repetindo com frequência e intensidade assustadoras, mostrando a realidade das mudanças climáticas no Brasil e no mundo.

Diante disso, nesta terça-feira, 16 de março, o Dia Nacional de Conscientização sobre as Mudanças Climáticas ganha uma importância ainda maior para todos que se preocupam e agem pela sustentabilidade do planeta Terra.

Earth News Terra fez uma seleção de algumas iniciativas que chegaram à Redação nesta semana. De startups, cleantech e climatech, que atuam para mudanças de atitude em relação à questão ambiental, a setores específicos da economia, como a indústria da cerveja, que avança em estratégias de energia renovável, as ações que vêm sendo desenvolvidas para incentivar modelos de produção e consumo mais sustentáveis abrangem uma grande variedade de segmentos de negócios. 

O Hub Inovativa, por exemplo, que apoia o empreendedorismo inovador através de uma iniciativa do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e o Sebrae, aponta seis startups que trabalham com mudança de atitude sobre o meio ambiente  nas esferas governamentais, corporativas e individuais. 

Uma delas é a 4H, cleantech fundada em 2019, que evoluiu para um ecossistema que busca zerar a destinação de todos os tipos de resíduos para aterros sanitários até 2030. Em sua plataforma, os agentes do processo de descarte e reaproveitamento de resíduos são conectados, eliminando os gastos das empresas no tratamento do lixo de forma sustentável. 

Na lista também está a Quiron Digital, especializada no desenvolvimento de soluções com objetivo de proteger florestas. Uma das soluções, o Flareless, gera um mapa de risco de incêndio com predição de 10 dias, com indicação georreferenciada dos pontos críticos para atuação em campo, antecipando cenários onde as queimadas podem causar situações mais extremas. As soluções Quiron combinam dados coletados por satélites e inteligência artificial, dando ao gestor florestal capacidade de otimizar a tecnologia para proteção e manejo de florestas.

A relação do Inovativa conta ainda com a Coletando, apresentada como a primeira “green fintech” para logística reversa do Brasil. A startup trabalha com uma ferramenta que oferece crédito para quem se engaja na destinação correta de resíduos sólidos da sua cidade. Isso é feito por meio do incentivo à coleta de resíduos em ecopontos fixos e itinerantes que já estão disponíveis em São Paulo, Rio de Janeiro, Espirito Santo, Bahia, Minas Gerais e Paraná. Qualquer pessoa pode abrir uma conta Coletando pelo aplicativo e cada entrega de resíduos recicláveis é remunerada diretamente de acordo com o peso e tipo de material coletado. O valor fica disponível para uso por meio de cartão (físico) pré-pago, ativo para compras, pagamento de contas e saques. 

Já a GreenPlat é uma startup de tecnologia que oferece inovação para todo o processo de gestão de indicadores ambientais por meio do PlataformaVerde™, um software SaaS em blockchain para gestão de resíduos e monitoramento dos indicadores ESG. Atualmente, ela atende mais de 1.500 clientes de diversos segmentos, tendo rastreado em 2022, mais de 1,6 milhão de toneladas de resíduos.

Entre as seis startups selecionadas pelo Inovativa também estão a Carbon Free e a Restin. A Carbon Free é uma climatech que ajuda empresas a darem o primeiro passo na jornada ESG por meio  da neutralização de carbono. A  Restin é uma foodtech que nasceu com o objetivo de reduzir o desperdício de alimentos. Ela oferece produtos que estão próximos da data de validade para restaurantes comerciais, industriais, lanchonetes, bares e buffets, entre outros estabelecimentos. 

Reflorestamento

A empresa alemã Jungheinrich, que atua em soluções, gestão de armazenagem e fluxo de materiais, aproveita o Dia Nacional da Conscientização sobre as Mudanças Climáticas para lembrar que o Brasil ocupa a quarta posição no ranking mundial de emissão de gases poluentes desde 1850 e que uma das principais causas dessa classificação está relacionada ao desmatamento. No Brasil, a empresa é a responsável pela iniciativa “O Meio Ambiente Ganha em Dobro”, um programa que tem o objetivo de incentivar  a recuperação do meio ambiente, por meio do reflorestamento da Mata Atlântica, realizado em parceria com Associação Ambientalista Copaíba. 

Em pouco mais de um ano a empresa alemã já plantou 5.600 mudas de árvores nativas. Nossa iniciativa surgiu com o objetivo de estimular outras empresas a trocarem suas frotas à combustão por equipamentos elétricos. Com essa responsabilidade ambiental firmada com nossos parceiros, já poupamos mais de 316 mil árvores, ajudando na diminuição do CO2. Para além deste, que já é um grande motivo, é possível movimentar a economia local, uma vez que adquirimos as mudas em produções próximas à área plantada”, diz Vigold Georg, vice-presidente da Jungheinrich.

Com sede em Hamburgo, a Jungheinrich está presente em 40 países e emprega mais de 18.000 colaboradores. No Brasil, ela possui sede em Itupeva (SP) e filiais nas cidades de Belo Horizonte (MG), Cabo de Santo Agostinho (PE), São José dos Pinhais (PR), Itajaí (SC), Rio de Janeiro (RJ) e São Leopoldo (RS).

Cerveja e carbono zero

Parque eólico do grupo Heineken em Acaraú, no Ceará – Foto: Divulgação

O Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (Sindicerv) também aproveita o Dia Nacional da Conscientização sobre as Mudanças Climáticas para divulgar os avanços que o setor vem registrando na   implementação de iniciativas voltadas à preservação dos recursos naturais e à transição para energia renovável. Segundo o Sindicato, a indústria da cerveja no Brasil tem o objetivo de  garantir que até o final de 2023 toda produção seja abastecida com energia limpa, reduzindo a zero a emissão de carbono relativa à energia comprada. 

Os fabricantes de cerveja, também segundo o Sindicato, já adotam o uso de tecnologias limpas, como a geração de energia fotovoltaica e eólica e processos produtivos mais eficientes, implementados na produção, distribuição e engajamento da cadeia de valor da cerveja por redução das emissões.

“O Brasil é um país rico em recursos renováveis para produção de energia e tem uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo e as associadas do SINDICERV têm aproveitado esse grande potencial para promover inúmeras iniciativas em busca de fontes que resultem em um menor impacto para o meio ambiente”, diz Márcio Maciel, presidente executivo do Sindicerv.

De acordo com o Sindicerv, grupos como Ambev e Heineken, juntamente com outras cervejarias associadas, vêm atuando com o foco voltado para quatro frentes: geração de energia, produção, distribuição e fomento aos consumidores e varejo.

Na geração de energia, quatro cervejarias da entidade já são 100% abastecidas com energia renovável e o objetivo é que toda produção seja abastecida com energia limpa até o final deste ano. Para alcançar essa meta, o setor tem trabalhado na diversificação de energia elétrica por solar, eólica e térmica e na substituição de combustíveis fósseis, como gás natural e óleo BPF (baixo ponto de fluidez), e de energia elétrica não renovável, por eletricidade de fontes renováveis, como biomassa, óleo vegetal e biogás.

Na geração de energia eólica, a indústria cervejeira já tem operações, como o funcionamento de um parque no Ceará, com 14 turbinas, e a construção de outro em uma área de 1.600 hectares, na Bahia. Juntos, devem atingir 202 mil MWh por ano para produção e fornecimento de energia. Apenas com essas iniciativas, segundo o Sindicerv, haverá uma redução de 32 mil toneladas na emissão de CO2 por ano, proporcional à retirada de mais de 50 mil veículos de circulação das ruas do país.

A indústria da cerveja também tem iniciativas sustentáveis na logística de distribuição, com o intuito de aumentar a frota de caminhões elétricos, dos atuais 220 para 2600 até 2025. Os veículos serão abastecidos por energia renovável gerada por suas indústrias ou através da compra de energia renovável certificada. Outra medida adotada é a conversão de caminhões a diesel para veículos elétricos, bem como a de empilhadeiras nos centros de distribuição, que deverá ter sua frota abastecida por energia renovável até 2025.



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