Rios voadores: onde a poesia, a natureza e a ciência se encontram

Chuva sobre a floresta no sul do Amazonas. Foto: Adriano Gambarini

A Amazônia é um mundo de fenômenos surpreendentes e belos, que mexem com a nossa imaginação. Pense nos rios voadores, vapores em quantidades colossais que sobem da floresta e vêm até o Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil, trazendo água para bebermos, irrigar nossas plantações e matas e gerar energia.
O volume de água que vem pelo ar pode ser o equivalente à vazão do próprio Rio Amazonas, de 200 mil metros cúbicos por segundo, a maior descarga de qualquer rio do mundo.
Os rios voadores envolvem o Oceano Atlântico, a floresta, a Cordilheira dos Andes e, claro, os ventos que sopram sobre o Brasil. Acontece da seguinte forma:
A Floresta Amazônica funciona como uma bomba d’água, que puxa a umidade do Oceano Atlântico, trazida pelos ventos alísios (massas de ar quente e úmido que se deslocam para as áreas de menor pressão atmosférica das zonas equatoriais).
A umidade cai como chuva na floresta. Parte dessa água fica nas copas das árvores, e de lá evapora, num fenômeno chamado de evapotranspiração. Esse vapor é transportado para o oeste, até bater na Cordilheira dos Andes. Daí, parte em direção ao sul.
Esse fenômeno foi provado em um estudo do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena) realizado entre 2007 e 2012. Amostras de vapor foram colhidas em um avião e a análise do isótopo permitiu determinar a origem da água.
O poético termo “rios voadores” foi popularizado pelo físico e meteorologista peruano José Marengo, radicado há décadas no Brasil, e pesquisador do Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais).
Mais informações no site do Projeto Rios Voadores.

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